FABRICAÇÃO DE COMPRIMIDOS CONVENCIONAISOs comprimidos convencionais podem ser fabricados de três formas:
- A partir da granulação por via úmida;
- A partir da granulação por via seca;
- E a partir desses processos é usada a técnica da compressão direta.
Algumas considerações sobre Granulação:A granulação tem por objetivo transformar partículas de pós cristalinos ou amorfos em agregados sólidos de resistência e porosidade variadas. O granulado apresenta algumas vantagens:
• Melhor conservação da homogeneidade de distribuição dos componentes e das fases granulométricas;
• Maior densidade;
• Facilidade superior de escoamento;
• Maior reprodutibilidade em medições volumétricas;
• Maior compressibilidade;
• Resistência mecânica superior a do pó (COUTO; ORTEGA; PETROVICK, 2000).
GRANULAÇÃO POR VIA SECAA granulação de partículas ocorre através de altas pressões, ou seja, são produzidos grandes comprimidos que depois serão moídos e normalizados. Isso pode ser feito por dois processos:
1- Prensagem – dentro de um molde por uma prensa formando um briguete;
2- Rolos compactadores - a mistura de pós é comprimida entre dois rolos para produzir uma folha laminada de material esse material é como escamas ( BERNARDES, 2006).
Para ambos os processos, posteriormente deve ser feito o procedimento de moagem para que essa massa comprimida seja quebrada formando os grânulos que posteriormente serão normalizados ( BERNARDES, 2006).
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Figura 1: Fluxograma de granulação por via seca.
Fonte: UFC, 2009.
Esse método, por via seca, é utilizado para formulações de produtos que não comprimem bem após a granulação via úmida ou quando as formulações são sensíveis à umidade e portanto podem sofrer degradação pelo aglutinante utilizado ( BERNARDES, 2006).
GRANULAÇÃO POR VIA ÚMIDABaseia-se na aglomeração do pó através da utilização de um líquido, ou seja, será usado um líquido aglutinante (normalmente água ou álcool) e o resultando numa massa úmida ou em grânulos com uma adequada umidade . Obviamente, esse líquido não pode ser tóxico, ou incompatível com a formulação, e deve ser volátil o suficiente para ser removido facilmente em um processo de secagem, e esse é o principal problema da utilização da água como aglutinante, sua demora para secar completamente o que pode levar a degradação do fármaco ou excipientes (BERNARDES, 2006).
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Figura 2- Fluxograma de granulação por via úmida e fluxograma de compressão direta
Fonte: SOUZA; et all, 2006.
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Figura 3 - Formação do granulo por via úmida.
Fonte: BERNARDES, 2006.
COMPRESSÃO DIRETAComo podemos observar a partir da figura abaixo, o método de compressão direta consiste em tamisação dos grânulos, mistura dos pós e compressão. Sendo que durante essa mistura dos pós são adicionados os excipientes.
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Figura 4- Fluxograma de método de compressão direta para comprimidos convencionais.
Fonte: UFC, 2009.
O método por compressão direta tem a grande vantagem de não utilizar água e nem calor no processo, o que garante a boa estabilidade da formulação, além de ser de baixo custo de produção.
O
problema é que são poucas as substâncias que podem sofrer a compressão direta, ou seja, ser comprimidas sem que lhes seja acrescentado nenhum adjuvante (DESTRUTI, 1998).
Para que haja compressão se faz necessário que o fármaco apresente 3 características principais:
1 – Alimentação: fluidez, para que todos os comprimidos fabricados tenham o mesmo peso, tamanho e dureza.
2 – Compressão: ou seja, que exista a perfeita coesão entre as partículas e assim o comprimido não se quebre facilmente.
3 – Ejeção: procedimento esse que elimina as propriedade abrasivas, fazendo com que a retirada do comprimido da camara de compressão seja fácil (DESTRUTI, 1998).
Por essas características, tão necessária, é que aos fármacos devem ser acrescidos adjuvantes e excipientes para que sua compressão seja facilitada e assim seja obtida exatidão,homogeneidade, estabilidade no armazenamento, etc (DESTRUTI, 1998).
Os adjuvantes serão abordados separadamente.
Abaixo encontram-se figuras que representam a forma como os equipamentos comprimem o pós e o transformam em comprimidos:
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Figura 5- Imagem representativa do processo de compressão, por vista lateral. Podemos observar a alimentação da matriz e a compressão do pó entre os punções.
Fonte: UFC, 2009.
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Figura 6- Vista superior de um jogo de compressão de comprimidos.
Fonte: UFC, 2009.
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Figura 7- Vista lateral do jogo representado acima. Podemos ver os punções descendo,comprimindo e se separando. Caso o material fique aderido a esse punção, minha máquina pode ser danificada.
Fonte: UFC, 2009.
Não deixe de ler sobre cálculos de comprimidos.
Abraços a todos e bons estudos!
Talita Martins
COUTO, A.G.; ORTEGA, G. G.; PETROVICK, P.R. Granulação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Caderno de Farmácia, v. 16, n. 1, p. 13-20, 2000.
DESTRUTI, A. B. C. B. Noções Básicas de Farmacoténica. 3 ed. São Paulo: Editora SENAC, 2007.
SOUZA, R. M.L. Desenvolvimento de comprimidos de mebendazol e avaliação comparativa com dois genéricos disponíveis no mercado. Recife: Revista Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, n.2, p.139-144, 2006.
UFC – Universidade Federal do Ceará. Farmacotécnica II: Comprimidos. Disponível em: . Acesso em: 17 de outubro de 2009.